Sociedades médicas que estampam marcas de laboratórios em peças de promoção de vacinas — sobretudo quando se trata de materiais simples, equivalentes a tantos outros que circulam espontaneamente pela internet — acabam, inevitavelmente, abrindo espaço para questionamentos:
- Se não há parceria comercial nem participação do laboratório na elaboração do conteúdo, qual seria então o objetivo, senão oferecer uma espécie de “caridade reputacional”, permitindo que a marca se associe a uma conquista científica sólida — o que ainda não é questionado pela maioria — e, historicamente, dotada de maior credibilidade que a própria indústria farmacêutica? Afinal, quem estaria realmente ajudando quem?
- Se, ao contrário, existe de fato uma parceria comercial, ela se limitaria apenas a materiais que muitos perfis individuais já produzem e compartilham em massa nas redes sociais? Para onde fluem, afinal, todos valores e interesses envolvidos? E qual o verdadeiro propósito dessa parceria específica, considerando — e não custa repetir — que vacinas ainda gozam, embora não se saiba até quando, de mais confiança pública do que os representantes da Big Pharma?