Ambicionamos aqui estimular ainda mais o debate acerca da relação entre a Medicina e as indústrias de medicamentos e tecnologias, e da forma como tem colocado em risco a credibilidade da Medicina Baseada em Evidências. Que consigamos viabilizar um espaço de diálogo altamente saudável, científico e construtivo.
sexta-feira, junho 27, 2014
quarta-feira, junho 25, 2014
segunda-feira, junho 23, 2014
Mais sobre a importância de conflitos de interesse não financeiros
Recentemente, fui contatado novamente através de abordagem descrita em Outros conflitos, além de com indústria de medicamentos, bem como pude entender um pouco melhor a estratégia. Em síntese, montam grade de evento através de palestrantes que aceitam pagar para falar, através de suas empresas. Uma forma interessante de montar eventos a um custo baixo.
De uma forma semelhante, fiz isto no passado. Encontrei maneiras de viabilizar palestrantes internacionais. Completava o evento com participações nacionais, mas, para que fosse viável, questionava (a maioria parceiros) se poderiam ajudar buscando o financiamento para suas participações nas próprias instituições ou empresas. A maioria conseguia. Alguns reclamavam. Em me sentia incomodado, mas dava certo.
Demorei bastante tempo, e, tivesse aprendido antes, teria tomado outras decisões na minha vida, para entender que, mesmo os que reclamavam, estavam adorando. Reclamar consistia numa tendência absolutamente natural de "valorizar o passe". Era, sempre, uma relação de ganha-ganha.
Mas voltando ao novo contato da empresa de eventos:
"Por favor, agradeço se puder indicar-me outros palestrantes".
Resolvi fazer um experimento. E acabei montando boa parte da grade de evento real que, então, organizei sem ser de comissão organizadora. O experimento consistiu de indicar e, tendo havido aceite, sondar os termos em que fecharam. A maioria aceitou pagar para palestrar, muitos do próprio bolso.
Implicações ou reflexões:
1. Alguém duvida da condição de fazer do profissional um palestrante e receber dele parceria e cumplicidade? Como a indústria de medicamentos ou tecnologias usa disto?
2. Convidar e envolver sem remunerar pode ser até mais efetivo, pelo profissional entrar menos atento a potenciais conflitos, já que percebe-se ainda mais independente do que normalmente nos percebemos?
De uma forma semelhante, fiz isto no passado. Encontrei maneiras de viabilizar palestrantes internacionais. Completava o evento com participações nacionais, mas, para que fosse viável, questionava (a maioria parceiros) se poderiam ajudar buscando o financiamento para suas participações nas próprias instituições ou empresas. A maioria conseguia. Alguns reclamavam. Em me sentia incomodado, mas dava certo.
Demorei bastante tempo, e, tivesse aprendido antes, teria tomado outras decisões na minha vida, para entender que, mesmo os que reclamavam, estavam adorando. Reclamar consistia numa tendência absolutamente natural de "valorizar o passe". Era, sempre, uma relação de ganha-ganha.
Mas voltando ao novo contato da empresa de eventos:
"Por favor, agradeço se puder indicar-me outros palestrantes".
Resolvi fazer um experimento. E acabei montando boa parte da grade de evento real que, então, organizei sem ser de comissão organizadora. O experimento consistiu de indicar e, tendo havido aceite, sondar os termos em que fecharam. A maioria aceitou pagar para palestrar, muitos do próprio bolso.
Implicações ou reflexões:
1. Alguém duvida da condição de fazer do profissional um palestrante e receber dele parceria e cumplicidade? Como a indústria de medicamentos ou tecnologias usa disto?
2. Convidar e envolver sem remunerar pode ser até mais efetivo, pelo profissional entrar menos atento a potenciais conflitos, já que percebe-se ainda mais independente do que normalmente nos percebemos?
quarta-feira, junho 11, 2014
Um modelo de grade corrompida tolerável?
Recentemente fui em evento de gestão hospitalar onde ficou nítida uma estratégia: parte do financiamento do evento ocorria por venda evidente de espaço na grade para organizações hospitalares. Ainda assim, considerei isto melhor do que compra de espaço por indústrias de medicamentos e tecnologias em eventos científicos.
O problema da mistura de informação relevante e puro marketing aqui é que as palestras ficam mais chatas, quanto menos têm para falar os convidados – situação onde apresentam além da conta, mas sempre genericamente, a empresa ou hospital que representam.
Muito menos nocivo do que informação científica enviesada... Ou não?
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