Pior do que a ligação entre médicos e farmacêuticas, são os desdobramentos de Associações em meio à essa epidemia de coronavírus.
Estão demais, de dar inveja ao catálogo de associações espúrias de @TylerVigen, autor de #SpuriousCorrelations, por ele mesmo apresentado como um ridículo livro de gráficos:
This is a terrific website with a number of spurious correlations: https://t.co/At63vqca2L I will say this, don't invite Nicholas Cage to your next pool party!
— Timothy Caulfield (@CaulfieldTim) February 13, 2019
Correlation ≠ causation. pic.twitter.com/N8xo91CTig
Em meio aos descabidos ataques que a Sociedade Brasileira de Infectologia sofreu recentemente após publicar Atualizações e Recomendações em Relação à Pandemia no Brasil, demorei a entender a questão dos conflitos de interesse. Por que insistirem tanto nisso, se a SBI não está está privilegiado nenhum medicamento? Não há de ser pelo Paracetamol ou Dipirona...
Hoje tenho a resposta: Porque simplesmente fingem estarem discutindo outras coisas, mas mantêm foco exclusivo na ideia que querem defender.
Distraído no celular, homem não percebe assalto em bar. |
Não necessariamente é ato consciente, mas repetem, como a pessoa da foto acima ou como fantoches de espécies de gurus, tal como o conhecido francês da HCQ, tudo o que o que a tribo gera de argumento tido como "maior". Raoult já inclusive publicou com o mesmo argumento:
A SBI realmente tem vínculos com a indústria que realmente me impediriam de ser sócio dela (por valores e preferências minhas e exclusivamente minhas, a partir do mesmo tipo de critério que já adoto há vários anos para investir meu próprio dinheiro no associativismo médico brasileiro). No entanto, não há nenhum indício claro que seu posicionamento seja consequência de sucumbir a nenhum dos conflitos de interesse em especial. O argumento global da tribo, mais para seita já, se apóia muito no Remdesivir, droga sequer disponível no Brasil, além de amplamente contestada por inúmeros que também contestam a HQC:
Não bastasse, misturar as duas discussões (conflitos de interesse e HCQ) faz um desserviço para a primeira. Neste Blog buscamos repetidas vezes separar 'existência de conflitos de interesse' de 'sucumbir a conflitos de interesse', sugerindo uma postura mais aberta e não inculpadora como única forma de avançar na "primeira etapa" do problema, fugindo da armadilha de criminalização do cotidiano das relações humanas e médicas.
Não bastasse, fazer mal uso de associações espúrias para impor ideias sempre foi justamente estratégia da indústria farmacêutica ou de representantes dela, conscientes ou não.
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