Uma colega muito próxima de editor deste Blog recebeu convite, por propagandista da indústria farmacêutica, para aulas remuneradas sobre um medicamento em específico:
"Começamos em 800 reais por atividade, com boas perspectivas de aumentos graduais. Sem conflitos de interesse!"
Segundo o propagandista, a indicação partiu do Dr. X, um parceiro da especialidade, conhecido speaker da indústria farmacêutica.
A colega então contou que não pretendia aceitar, mas que antes preferia conversar com o colega, explicar as razões (não se sente confortável com este tipo de proximidade com a indústria). "Nós nos damos bem, temos intimidade", disse ela. Depois diria ao propagandista que anda muito assoberbada e que não era momento. "Meu colega entenderá, mas o representante da indústria provavelmente não", concluiu. "Assim, espero que o colega logo adiante já indique outra pessoa, e não terei mais problemas com o representante da indústria.
O editor deste Blog confrontou seu posicionamento: "Ambos são representantes da indústria! Mas acho improvável que o propagandista se ofenda ao receber um simples NÃO, bem assertivo e definitivo. Não precisa explicar, dar detalhes. Você já demonstrou ainda possuir um valor que eles reconhecem, irão continuar lhe tratando bem, das formas tradicionais e cujo formato parece não lhe incomodar. No entanto, muito provavelmente o colega irá pressionar você e, se acabar por emitir algum julgamento de valor, mesmo que subliminar, ele sim pode se ofender. Definitivamente não explique para ele as razões, ele não conseguirá entender".
Ela fez exatamente o que considerava na largada. E o colega não assimilou:
"Se tivesse algum problema, você acha que faria?".
Então ela, acuada, resolveu utilizar a desculpa de que anda muito assoberbada, que inicialmente havia considerado apropriada para o propagandista.
"Mas isto não é desculpa, eu preparo slides e materiais para você!".
FIM! Para nós, basta.
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