Com o enfoque do impacto do excessos diagnósticos/terapêuticos e da prevenção quaternária na segurança do paciente, Luis Cláudio Correia palestrou na última quinta-feira no Rio de Janeiro:
O paradigma do overdiagnosis e a segurança do paciente: quando pecar por excesso pode adquirir significância literal |
No capítulo 6 da segunda edição de Understanding Patient Safety (2012), recém lançada em português, dedicado aos erros diagnósticos, Robert Wachter também abordou overdiagnosis. O assunto não é novo, mas historicamente é discutido em paralelo com o movimento de segurança do paciente. O paradigma começa a ser quebrado! Tanto que na edição de 2008 do livro nada consta sobre o tema, que ganhou espaço nesta nova, com a seguinte mensagem:
“A maior ênfase na área de erros diagnósticos tem sido para diagnósticos não detectados ou errados, mas há um problema também com a detecção de alterações que não irão causar sintomas ou morte durante toda a vida de um paciente se não forem tratadas. Este problema talvez esteja aumentando pela crescente disponibilidade de testes diagnósticos altamente sensíveis para identificar pequenas lesões cuja importância clínica é desconhecida. E nossa tendência é tratar todas, levando a alguns casos de danos.
Há outra questão em jogo também. Diagnósticos que antes eram em grande parte desconhecidos – síndrome das pernas inquietas, fibromialgia, e baixos níveis de testosterona, por exemplo – tornaram-se comuns depois que empresas farmacêuticas com tratamentos muitas vezes questionáveis começaram a implorar aos pacientes para “perguntar ao seu médico” sobre eles. Woloshin e Schwartz chamam isso de “a mercantilização da doença” e é provável que aumente o número de vítimas de excesso de diagnósticos e tratamentos”.
Correia apresentou o tema pela primeira vez em seis edições do evento.
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