segunda-feira, fevereiro 23, 2015

Sugestão de palestra disponível online sobre conflitos de interesse e diabetes

Em 2010, tivemos a satisfação de apresentar versão disto, através do mesmo palestrante, em Porto Alegre:




Mais recentemente, Gale trouxe conteúdo atualizado em International Conference on Diabetes - Washington, D.C., July 19, 2014.



domingo, fevereiro 08, 2015

Conselho de SP proíbe médico de receber gratificações da indústria

por Cláudia Collucci, Folha

Em razão do escândalo da máfia das próteses, o Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) publicou na última quinta (05) resolução que proíbe médicos paulistas a prescrever medicamentos, órteses, próteses e outros materiais como contrapartida de gratificações da indústria.

Também determina que o médico referência em sua área de atuação, contratado na condição de consultor ou divulgador das empresas farmacêuticas ou de órteses e próteses deverá informar por escrito ao Cremesp o tempo em que atuará nessa condição e o nome da empresa em que prestará serviço.

Os médicos estão vetados de permitir a entrada na sala cirúrgica de representantes das empresas –exceto quando em função exclusivamente técnica e sem acesso ao campo cirúrgico.

O documento também responsabiliza os diretores técnicos e clínicos de hospitais caso haja má utilização das órteses e próteses.

Para o Cremesp, a relação de médicos e hospitais com a indústria de medicamentos, órteses, próteses e materiais "ultrapassou os limites éticos, bioéticos e sociais da boa prática da medicina".

Entre as justificativas da nova resolução estão evidências científicas de que a relação entre médicos e indústria pode influenciar, de forma negativa, as prescrições de medicamentos e as decisões sobre tratamento.

O Cremesp lembra ainda que os gastos dos laboratórios e das indústrias de órteses e próteses com promoção dirigida aos médicos são repassados ao preço final dos produtos e, consequentemente, têm impacto nos gastos dos cidadãos e nos custos do sistema de saúde. A nova resolução entra em vigor em 60 dias.

sábado, fevereiro 07, 2015

Estudos médicos questionam banalização de cirurgia facial

Cirurgias que corrigem a posição de dentes e ossos faciais, chamadas buco-maxilo-faciais ou ortognáticas, têm sido alvo de polêmica tanto por indicações desnecessárias quanto pelo preço. A pedido de planos de saúde, o Hospital Albert Einstein criou um programa que oferece segunda opinião sobre o procedimento. Os primeiros resultados impressionam: de 34 casos analisados, só 29% tinham indicação cirúrgica [LEIA MAIS].

sexta-feira, fevereiro 06, 2015

Metade dos hospitais auditados pelo Ministério da Saúde têm fraudes

por Cláudia Collucci, Folha

Auditoria feita pelo Ministério da Saúde em 20 hospitais que fazem cirurgias ortopédicas e cardiovasculares pelo SUS encontrou fraudes em dez deles (50%). Em todos, havia irregularidades como o preenchimento incorreto dos prontuários.

Entre os casos de fraude estão a cobrança de próteses e outros materiais que não foram utilizadas em cirurgias.

A maioria dos procedimentos se refere a cirurgias de coluna, de quadril e de joelho.

No relatório, o departamento de auditoria do SUS propõe que os hospitais devolvam cerca de R$ 520 milhões aos cofres públicos pelas cobranças irregulares.

Realizada em 2013, a auditoria já apontava indícios da existência de uma "máfia das próteses" agindo nos hospitais públicos. Mas somente em janeiro último, quando denúncias chegaram à imprensa, a Polícia Federal começou a investigar o caso.

A máfia envolve pagamento de comissões de 20% a 50% a médicos para que eles utilizem próteses de determinadas empresas. Além disso, os profissionais orientam pacientes a procurarem a Justiça para fazer com que o SUS e os planos de saúde custeiem produtos, cobrados com preços até 20 vezes acima do valor de mercado.

OUTRO LADO

Por meio de nota, o Ministério da Saúde disse que tem feito várias ações para ampliar a regulação e fiscalização do processo de aquisição e uso de órteses e próteses.

Entre elas, a criação de um novo sistema para identificar dados de fabricação, importação e comercialização dos materiais, que permitirá o rastreamento dos produtos.

Ele já funciona em versão experimental em 15 hospitais de Curitiba para casos de próteses de quadril e joelho.

Além de aperfeiçoar a fiscalização, diz o ministério, a iniciativa deve possibilitar o acompanhamento da evolução dos pacientes, monitoramento da qualidade dos produtos e avaliação da execução dos procedimentos.

Sobre a auditoria, o ministério informou que, após o resultado, editou quatro portarias que alteram ou regulamentam procedimentos mais sujeitos a fraudes, possibilitando que eles sejam glosados (não pagos).

No momento, um grupo interministerial estuda a reestruturação do processo de registro, importação e compra dos produtos, protocolos clínicos e criação de um sistema que possa regular e apresentar os preços praticados no mercado.

Na opinião de Pedro Ramos, diretor da Abramge, houve demora do ministério em agir. "Já denunciamos essas práticas 'n' vezes e nenhuma providência foi tomada."

Na semana passada, o ministro da Saúde, Arthur Chioro, rebateu as críticas: "Não me venham agora querer culpar o ministério. Não vou entrar nesse jogo."
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