segunda-feira, julho 14, 2014

Saúde e esporte: ética, responsabilidade e práticas coerentes de publicidade

TÍTULO: A “Gasosa” Copa do Mundo de 2014 (The World fizzy drinks Cup 2014)

REFERÊNCIA: The Lancet, Volume 383, Issue 9934, Page 2020, 14 June 2014

IDIOMA: Inglês

SÍNTESE

Editorial do The Lancet denuncia que, para desespero de especialistas em saúde pública, tornou-se comum ver empresas produtores de fast-food, de bebidas gasosas açucaradas e mesmo de cerveja como patrocinadoras de grandes eventos desportivos. A Copa do Mundo da FIFA de 2014, ora em curso no Brasil, não é uma exceção. Os parceiros e patrocinadores da FIFA incluem ninguém menos do que a Coca-Cola, a rede McDonald e a gigante empresa de cervejas Budweiser.

A visibilidade e presença física dessas empresas e seus produtos tem certamente enorme impacto para os espectadores dos eventos centrais e paralelos da Copa do Mundo, não só no Brasil como em todo o mundo. Como revelou matéria especial do mesmo The Lancet em 2013, a América Latina vinha tomando medidas substanciais para tentar introduzir leis alimentares saudáveis ​​para combater a obesidade infantil. Esforços de variados países, incluindo o Brasil, visando melhorar as opções de alimentação escolar, mediante regulamentos de rotulagem e restrições à publicidade de alimentos não saudáveis, se tornaram constantes. Entretanto, os alimentos e bebidas parceiros e patrocinadores da Copa do Mundo de 2014 representariam um ataque direto a essas tentativas para melhorar a saúde da criança.

No entanto, não são apenas os eventos desportivos afetados dessa maneira. Incrivelmente, a Coca Cola foi um dos patrocinadores do Congresso Internacional de Atividade Física e Saúde Pública, realizado recentemente no Rio de Janeiro. E o patrocínio não era apenas financeiro, alerta The Lancet, mas se estendia à farta distribuição de brindes em reuniões paralelas.

The Lancet considera tais práticas como simplesmente “vergonhosas”, pois as conferências médicas e os eventos esportivos devem cuidar de elevar seus padrões éticos e evitar tais ligações financeiras. As federações desportivas internacionais devem e podem fazer muito melhor, mesmo reconhecendo que a FIFA tem iniciativas interessantes de responsabilidade social e questões ambientais. No entanto, nenhum de seus projetos está diretamente relacionado para a saúde. Assim, apoiar a atividade física e os esforços de alimentação saudável deve ser uma ligação natural para uma federação desportiva.

“Chutar para fora” os patrocínios insalubres seria um excelente começo, arremata o presente editorial do The Lancet.

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