domingo, outubro 26, 2014

Meu afastamento da discussão

O resultado das eleições fizeram-me selar a decisão. Porque fez vitoriosa uma visão de mundo distante da que sempre defendi neste espaço. Acato a vontade coletiva! Apesar de ter escancarado porque está tão difícil aprimorar "na ponta" profissionalismo e valores morais. Coloca em xeque, ainda, soluções em que acreditava, como a necessidade de maior controle externo da atividade médica. Dar a quem? Oferecer a este Governo, ineficiente e corrupto ao extremo, alguma prerrogativa neste sentido??? Estive insano ao pensar em qualquer coisa próxima disto - peço até mesmo desculpas aos colegas. Ainda mais que os próprios conflitos de interesse com a indústria farmacêutica e de tecnologias existem no Governo e suas agências também, tão ou mais fortes.

Foram 10 anos de árduo trabalho em prol de conscientização. Cerquei-me de um pequeno exército - composto, infelizmente, de conscientizados por antecipação, quando não buscando instrumentalizar o debate com anti-capitalismo, anti-Medicina, e pautas do tipo, contribuindo não para avanços, mas para um cenário falsamente moralizado, transparecendo sempre a existência de uma condição ideal a priori da qual não se pode abrir mão. Inviabilizando a construção de um espaço de “ética possível”, coisa que tentei construir.

Restou claro para mim que não justificam-se esforços setoriais para discutir conflitos de interesse (que digam respeito ao meu tempo e energia, ao menos). Os fatos reservam aos médicos, na sua maioria pessoas bem-intencionadas, o direito de gerenciar por conta e risco os relacionamentos que queiram ter. Não raramente saem-se bem. Há algum tempo considerava esta decisão e aproveito a oportunidade para despedir-me da iniciativa, sendo possível a outros colaboradores do Blog dar seguimento, havendo interesse.

Deixo a sugestão do Blog próprio de Luis Cláudio Correia, que muito frequentemente trata dos mesmos assuntos.

Quem sabe um dia retomo interesse e, principalmente, uma sensação de que vale a pena.

Aos pacientes eventuais prejudicados, que recorram ao Judiciário ou ao sistema de notificação da ANVISA, se capazes de enxergar o dano em meio à tanta fumaça e tão longa cadeia de eventos entre o que não se faz bem na assistência à saúde e desfechos negativos evitáveis decorrentes de relacionamentos conflituosos.

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